domingo, 30 de agosto de 2009

Espertas listras lilás

“Gatinho de Cheshire”,
começou Alice, muito timidamente, e prosseguiu:
“Você poderia me dizer, qual o caminho para sair daqui?”
“Depende muito de onde você quer chegar”, disse o Gato.
“Não me importa muito onde...” foi dizendo Alice.
“Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse o Gato.
“...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice, explicando.
“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá”, falou o Gato,
“desde que você caminhe o bastante.”


Atitudes e consequências. Ação e reação. Todas as nossas escolhas por menores que sejam serão como raízes que nos prenderão ao passado e como sementes que germinarão no futuro. Parece tão simples, não é? Mas incrivelmente, poucas são as vezes que paramos pra pensar que nossa vida é um reflexo do que escolhemos.
Culpamos o chefe explorador, o pai incompreensivo, o professor tirano, a vida injusta e até Deus pela nossa infelicidade. Um dia alguém me disse que a dor não vem do céu, mas sim das nossas próprias falhas. E é isso ai, não adianta passar a batata quente pra mão do vizinho. Você e somente você pode escolher se quer ser feliz mesmo tendo um chefe explorador, um pai incompreensivo, um professor tirano ou uma vida injusta.
Não estou aqui desprezando fatores externos que, com toda certeza, contribuem para o nosso estado de espírito. Não estou aqui desacreditando no destino, pelo contrário, acredito muito nessa força estranha que nos move. Mas essa força estranha nos move mas não nos governa, meus caros.
Somos nós que escolhemos o que fazer com o que a vida nos oferece. Mesmo que a indecisão seja um sentimento comum na nossa espécie, temos que ter em mente que se não soubermos pra onde e por onde caminharmos, se acharmos que qualquer lugar serve, e não nos acharmos capazes de ir além disso, de quebrar barreiras e vencer obstáculos, pode ser que cheguemos a algum lugar, o que definitivamente não quer dizer que seja um bom lugar.
É, não tem jeito... Só é feliz quem sabe o quer! Mesmo que você queria algo hoje e não queria mais amanhã, mesmo que você volte atrás em 99 de 100 de suas decisões... Afinal, não importa o caminho que você siga, desde que você tenha um foco. E quer um conselho? Lute. lute sempre! O que você quer pode estar bem à sua frente, e você pode conseguir. Mas é claro, assim como disse o Gatinho de Chershire: "desde que você caminhe o bastante."

sábado, 29 de agosto de 2009

Reflexos e reflexões



Sempre quis ter um blog. Lembro dos tempos de flogão em que além de postar fotos de uma escassa criatividade, dividia com algumas dezenas de pessoas um pouco dos meus pensamentos - sem grande significância, admito - mas fazia isso com tal facilidade que hoje sinto saudades. Ao lado desse desejo quase inconsciente de expressar sentimentos, no entanto, sempre houve muitos obstáculos que me desencorajavam.

Cultivar um blog exige tempo e, sobretudo inspiração. Sou a rainha da preguiça e inspiração tem sido algo raríssimo em minha atual rotina. E ainda existia um problema mais grave: não sei bem como ou quando, mas foi tornando-se cada vez mais difícil para mim expressar expressar meus sentimentos/ideias pra quem quer que fosse. Fazia-o razoavelmente bem ainda, em segredo, se possível trancada em meu quarto. Mas na maioria das vezes saíam apenas quatro ou cinco linhas que uma vez escritas eram jogadas numa caixinha que até hoje possuo, junto com outras lembranças de um passado próximo.

Eram borboletas aprisionadas em um frasco, no qual só eu poderia contemplar. Esta está com a asa quebrada, esta desequilibrada, a esta falta graça, a esta um pouco de cor, esta é linda e voa com perfeição. Eram minhas. Eram todas minhas. Não seria justo dividi-las com alguém. Expô-las a juízos de valor... Pra quê? Só dentro da minha mente - ou da minha caixinha - elas estariam seguras.

No entanto, o fator tempo mais uma vez foi me mostrando aos poucos o quão idiota isso parecia, e assim fui ponderando novamente a ideia de ter um blog.
E cá estou eu. Driblando preguiça, falta de inspiração, medo, vergonha... a fim de registrar aqui os meus textos repletos de incoerências e erros gramaticais.
Isto só porque creio muito no poder que a reflexão exerce sobre os indivíduos, sabe? Acredito de verdade que refletir pode ser uma fonte de transformação, operando grandes mudanças internas, e porque não, externas. Então reuni hoje toda minha coragem e decidi dar vida de uma vez por todas a essa célula revolucionária chamada... blog. (haha)

E resolvi começar assim, explicando-me e confundindo-me simultaneamente, só porquê isso já faz parte da minha essência e também pra que ninguém espere nenhum pensamento ordenado e que tenha algum sentido por aqui. Trechos de músicas estarão sempre presentes, e por muitas vezes camuflados entre as linhas de minhas próprias meditações. Vale acrescentar, contudo, que não pretendo escrever sobre grandes temas. Desde já, reservo-me o direito à subjetividade.


p.s.: Conseguir escrever esse texto já é uma vitória.


p.s2: Ele já estava pronto desde 11 de julho de 2009, mas mudei quase a metade dele hoje, o que me deixou feliz por saber que não sou a mesma pessoa que era no dia 11 de julho de 2009.

ps.3: Realmente foi em julho, mas não me lembro o dia. O 11 foi invenção.